Sonia Góes   I  Fotografia

Num sonho recorrente, são percebidas partes da vida que se repetem num ciclo contínuo de trabalho mecânico do fazer e se ocupar
Neste rodopiar, o tempo que escorre pelo chão, precisa ser recolhido e novamente semeado, num ritual de dança que celebra a vida
No espaço onírico, na natureza, assim como no tempo verbal, o passado não está congelado, e ele é dito “imperfeito” porque não foi finalizado, e continua sendo incessante e surpreendentemente interrompido por novos acontecimentos que possibilitam inúmeras viabilidades de futuro
O maior encantamento e mistério do tempo está no campo da imperfeição, no constante movimento e fluxo irregular, assimétrico e imprevisível, que afeta todos corpos, numa obra eternamente inacabada